Ourém debateu Encíclica do Papa Francisco

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Cerca de uma centena de pessoas aceitaram o convite da paróquia de Nossa Senhora da Piedade – Ourém para participarem na reflexão “O que está a acontecer à nossa casa?”, a propósito da Encíclica “Laudato Si’”, do Papa Francisco.

O encontro decorreu ao ar livre, no dia 15 de julho, no ambiente natural do Parque da Cidade António Teixeira, em Ourém, e teve como convidados especiais José Alho, biólogo, Margarida Alvim, da Associação Casa Velha, e Frei Lopes Morgado, franciscano capuchinho. Moderados por Jorge Martins, os convidados apresentaram as suas perspetivas em relação à importância desta Encíclica, que constitui uma novidade por se dedicar unicamente à temática ambiental.

José Alho contextualizou a atual crise ambiental, que se distingue das anteriores pela sua dimensão planetária e irreversibilidade e alertou para a responsabilidade individual, “pois temos de combater o pensamento recorrente, que considera os estudos ambientais exagerados e alarmistas”. Salientou que as alterações climáticas afetam as zonas costeiras, a saúde, a floresta, o turismo, a agricultura, a pesca e muitas outras áreas, e que os países menos desenvolvidos são os mais vulneráveis. Para este biólogo, a encíclica do Papa Francisco constitui “um passo enorme e uma ousadia nos assuntos ambientais”, sendo um documento “com grande densidade científica e capacidade integradora, que assume uma nova verdade inconveniente”. Além disso, sublinha, “tem uma mensagem de esperança e não catastrófica”.

Margarida Alvim, responsável pelo projeto “Casa Velha – Ecologia e espiritualidade”, sublinhou a ênfase dada pela Encíclica à relação com os bens que nos são confiados e à responsabilidade individual. “Face à cultura do consumo onde assenta a nossa economia, à cultura do descarte, há que fomentar a ‘conversão ecológica’, contrariar o consumismo do dia-a-dia”, defendeu. “Educar para a espiritualidade ecológica e fomentar uma vida mais simples e mais partilhada” é o caminho que procura desenvolver através da associação que dirige.

Frei Lopes Morgado analisou a Encíclica reforçando o espírito de diálogo, assumido pelo papa, entre a ciência e religião. O título da encíclica foi colhido no texto poético mais antigo da literatura italiana e também o primeiro documento literário em língua vulgar italiana: o “Cântico das Criaturas” ou “Cântico do Irmão Sol”, de S. Francisco de Assis. O capuchinho apresentou heranças franciscanas ao nível da ecologia integral, da harmonia com a natureza e da relação do homem com o mundo. Além disso, afirmou, “temos de reconhecer a natureza como um livro esplêndido onde Deus nos fala e transmite algo da sua beleza e bondade”.

Seguiu-se um período de debate entre os oradores e a assembleia, que foi participativa e enriquecida com vários momentos musicais a cargo da Ourearte – Escola de Música e Artes de Ourém.

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