Filhas de Maria Mãe da Igreja

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Fundadas por Matilde Téllez Robles, em Espanha, no ano de 1875, as Filhas de Maria Mãe da Igreja nasceram para evangelizar, sobretudo através da educação cristã de crianças e jovens. Ao estilo da vida da Sagrada Família de Nazaré, vivem da meditação e da oração para servir os mais pobres com humildade, sacrifício, alegria e amor.

 

 

 

 

 

Educação cristã dos mais pobres, a partir do sacrário

Matilde nasceu no dia de Pentecostes de 1841, em Cáceres, Espanha, a segunda de quatro irmãos. Nesse mesmo ano, a família muda-se para Bejar, Salamanca, por necessidade laboral do pai, que era notário. Ali cresceu, recebendo uma boa formação humana e cristã, ministrada sobretudo pela mãe, que lhe incutiu desde nova um grande amor a Jesus e a Nossa Senhora, bem como o gosto pela prática da caridade para com os mais pobres.

Bejar era uma cidade de forte indústria textil, onde as raparigas abandonavam os estudos muito cedo para começarem a trabalhar. Para Matilde, isso era um problema a resolver. Com ajuda da mãe, abriu uma escola dominical para as ensinar a ler e escrever, mas também a enfrentarem os desafios da vida, sobretudo com a catequese, lições de bons costumes e preparação para o Matrimónio. Ao mesmo tempo, visitava frequentemente os doentes e acompanhava-os quando recebiam o Viático, assistia os mais pobres nas suas dificuldades e manifestava um único desejo: conquistar corações para Deus. Aos 23 anos, é eleita presidente da associação Filhas de Maria e, pouco depois, nomeiam-na enfermeira investigadora das Conferências de São Vicente de Paulo.

O seu ativismo, no entanto, tinha uma preparação profunda diante do sacrário, onde gostava de passar horas a conversar com Jesus sobre todo o trabalho que desenvolvia. Aos 33 anos, vencendo a resistência do pai e o ambiente anticlerical da época, decidiu dedicar toda a sua vida a esse amor a Jesus, escrevendo ao Papa Pio IX a vontade de fundar uma congregação. No ano seguinte, convida as sete jovens que a costumam acompanhar para fundarem a primeira comunidade, mas só María Briz comparece. Isso não a desalenta e, quando muitos consideravam o seu projeto uma loucura, outras jovens se vão juntando na que chamou Casa de Nazaré, misto de escola, de orfanato e de assistência a enfermos. Ali vivem completamente confiadas à Providência, na maior simplicidade e despego dos bens materiais.

Em 1876, o bispo de Plasencia autoriza a obra, com o nome de Amantes de Jesus e Filhas de Maria Imaculada, que virá a transferir-se três anos depois para Badajoz, onde se instalada o primeiro noviciado. Em 1884, o mesmo bispo erige canonicamente o instituto e, cinco anos depois, começa a expansão que viria a espalhá-lo por Espanha e pelo mundo. Terá plena consolidação na Igreja em 1930, com a aprovação final pelo Papa Pio XI.

 

Carisma da fundadora

A congregação – que só em 1965 receberia o atual nome de Filhas de Maria Mãe da Igreja – continuará a viver o carisma da Madre Matilde, falecida em 1902 e beatificada em 2004. É um instituto de vida apostólica com uma espiritualidade centrada na Eucaristia e apoiada na Virgem Maria como mãe e modelo. Exerce a sua ação no campo da assistência aos doentes e na formação da infância e da juventude, sobretudo das classes mais humildes, em orfanatos, escolas, colégios, centros de catequese e evangelização, lares de idosos, casas de saúde e centros terapêuticos, bem como na pastoral paroquial onde são chamadas a colaborar.

Este dinamismo diversificado brota do exemplo da fundadora, vivendo um amor sem medida e “descobrindo em tudo um sacramento”, um sinal do amor de Deus que Se oferece a todos na Eucaristia. A missão, tal como era o desejo de Matilde, é conquistar corações para Jesus e construir um mundo cada vez mais humano, em que brilhe o amor, a paz, a esperança, a humanidade e a justiça, através da promoção dos mais pobres e necessitados.

 

Carisma de Fátima

2015-06-30 sopra3aPortugal foi um dos rumos da congregação, no início do século passado, e a diocese de Leiria-Fátima acabaria por ser destino natural. “O carisma de Fátima é precisamente aquele que a nossa fundadora recebeu das mãos de Deus: a Eucaristia e o amor a Nossa Senhora como ponto de partida para o serviços aos irmãos”, explica a irmã Emília Dinis de Jesus, nascida há 72 anos em Nisa, diocese de Portalegre, e superiora da comunidade de Fátima há 8 anos.

São três os objetivos que aponta para o estabelecimento da comunidade junto ao Santuário: “é um lugar cêntrico e rico em cursos de formação e espiritualidade, retiros e propício à oração; é um lugar apropriado para o descanso das irmãs mais idosas, que gastaram a vida entregando-se sem reservas a servir os irmãos; e é uma oportunidade para acolhermos peregrinos, tentando dar-lhes o melhor em conforto e indicações para a oração e a reconciliação”.

A irmã superiora testemunha que “muitos peregrinos chegam até nós com as suas vidas desgastadas pelos problemas da própria vida; quando falamos dos sofrimentos que tiveram que suportar os Pastorinhos e como Nossa Senhora os acolhia e ajudava, nota-se que começam a recuperar forças e vão ao Santuário e aos Valinhos mais motivados e com mais fé”.

A colaboração específica com o Santuário passa, sobretudo, pela distribuição da Sagrada Comunhão e a orientação aos peregrinos na Capela da Reconciliação.

 

Testemunho vocacional

“Parecia-me que aquilo não era para mim”

2015-06-30 sopra3Nasci numa família boa e unida. Era a segunda de duas irmãs. O meu pai não era praticante, mas respeitava e nunca nos impedia de frequentar a Igreja e todos os atos litúrgicos que nela houvesse.

Desde criança que me sentia atraída pela atividade das irmãs que trabalhavam na Santa Casa da Misericórdia de Nisa. Elas cuidavam dos idosos, das crianças do jardim-de-infância, repartiam a comida aos pobres e ensinavam as crianças e jovens na Casa de Trabalho.

Quando terminei os estudos primários, mostrei vontade de frequentar a Casa de Trabalho e a minha mãe, embora tivesse outras intenções a meu respeito, respeitou a minha vontade. Ali aprendi costura, bordados, trabalhos manuais e formação religiosa.

À medida que ia crescendo, interrogava-me sobre o porquê da vida escolhida pelas irmãs. Pouco a pouco, fui percebendo que faziam tudo por amor a Jesus Cristo. No fundo, eu ia começando a sentir o chamamento do Senhor. A princípio, parecia-me que aquilo não era para mim. Eu não podia deixar os meus pais sozinhos, sobretudo após a morte da minha irmã, com uma doença incurável. Mas a voz do Senhor era cada vez mais forte e eu acabei por decidir consagrar-me a Ele.

No dia 13 de Maio de 1965, parti para Espanha para fazer o noviciado. A despedida não foi fácil, nem para eles, nem para mim. Mas Jesus nunca se deixa vencer em generosidade: os meus pais visitaram-me algum tempo depois, ficaram felizes e eu também.

O Senhor é bom!

Ir. Emília de Jesus

 

Números

No mundo

Casas: 36

Membros: 215

Em Portugal

Casas: 2

Membros: 8

Na Diocese

Casas: 1

Membros: 4

Mais nova: 59 anos

Mais velha: 73 anos

Média etária: 70 anos

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