10 – P. Sebastião da Costa Brites (1885-1948) e P. Augusto de Sousa Maia (1879-1959) – Párocos da Sé de Leiria

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Depois de falarmos do P. João Quaresma, primeiro pároco da Sé de Leiria, abordamos os dois que lhe sucederam, padres Sebastião da Costa Brites e Augusto de Sousa Maia.

 

2017-11-09 100 10aO padre Sebastião da Costa Brites foi coadjutor do padre João Francisco Quaresma, desde novembro de 1921, e nomeado pároco da Sé a 14 de dezembro de 1926, cargo que exerceu até à sua morte, em outubro de 1948.

Nascido na Porqueira, paróquia do Arrabal, a 4 de janeiro de 1885, Sebastião da Costa Brites, filho de António da Costa Brites e Florinda da Costa Brites, fez os estudos preparatórios no Seminário de Leiria, junto a Santo Agostinho, e cursou Teologia no Seminário de Coimbra.

Ordenado a 17 de dezembro de 1910, foi nomeado pároco da Marinha Grande, onde exerceu o ministério por pouco tempo, devido aos ventos políticos que sopravam fortes contra quem se opusesse a ideais republicanos. Para se esquivar à justiça empreendeu fuga a pé, em direção à fronteira espanhola, donde seguiu para França, depois para a Alemanha e, finalmente, para a Áustria, onde prosseguiu estudos. Nota curiosa, ter sido ali aluno de Sigmund Freud, famoso médico neurologista e criador da psicanálise.

Regressou a Portugal pouco antes da vinda de D. José Alves Correia da Silva, que o viria a nomear coadjutor e pároco da Sé. Foi também nomeado vigário da Vara de Leiria, em 1944, e, ao ser instituído o Cabido da Catedral, integra a lista dos cónegos. Homem culto e perito em Teologia, Moral e Direito Canónico, foi durante anos o vice-cônsul da Espanha em Leiria e professor de Alemão no Seminário, tendo traduzido desta língua para português os livros “Fátima, a Lurdes Portuguesa” e “Fátima à luz da Autoridade Eclesiástica”, de Luís Fisher, doutor em Teologia e professor da Universidade de Bamberg. Distinguiu-se, também, na assistência humana, valiosíssima, espiritual e moral a toda a cidade de Leiria.

Viveu pobre, habitando o rés-do-chão dos claustros da Sé, onde faleceu a 19 de outubro de 1948, com 63 anos de idade. Às exéquias “acorreu muito público” e no seu funeral para o cemitério da cidade se juntou uma verdadeira multidão, “nunca excedida no passado em Leiria”.

 

2017-11-09 100 10bSucedeu ao cónego Brites o padre Augusto de Sousa Maia, nomeado pároco da Sé a 31 de outubro de 1948. Nascido em São Romão do Colorado, Santo Tirso, no dia 14 de abril de 1879, era filho de António de Sousa Maia e Albina Ramos. Fez os estudos preparatórios no Seminário dos Carvalhos e cursou Teologia no Seminário de Nossa Senhora da Conceição, no Porto, onde foi ordenado a 29 de setembro de 1901.

O facto de ter sido aluno e ser amigo do cónego José Alves Correia da Silva levou a que este o trouxesse consigo quando foi nomeado bispo de Leiria, em 1920. O padre Maia veio, aliás, uns dias antes, para ajudar nos preparativos da entrada do bispo na diocese restaurada. Ao longo de 38 anos, cumpriu com lealdade e zelo pastoral a missão de secretário episcopal e outras que D. José lhe foi confiando.

Homem de cultura invulgar, lecionou várias disciplinas do curso liceal e do curso teológico e prestou preciosa colaboração na formação espiritual dos cristãos, através das associações de piedade, movimentos apostólicos e confrarias, tendo sido diretor do Apostolado da Oração e assistente dos vários organismos femininos da Ação Católica. Foi, ainda, capelão na Cadeia Comarcã, onde colaborou na regeneração dos que haviam praticado delitos e assumiu a capelania da Igreja do Espírito Santo.

Em julho de 1943 foi nomeado cónego da Catedral e assumiu esta paroquialidade cinco anos depois, passando a desempenhar um intenso trabalho pastoral na cidade durante os 11 anos seguintes.

Ainda foi secretário do bispo D. João Pereira Venâncio, durante os últimos seis meses de vida, tendo falecido a 10 de junho de 1959 e sido sepultado no cemitério da cidade.

Luís Miguel Ferraz

Fontes: Trindade, P. João Vieira, trabalho inédito de recolha biográfica do clero de Leiria;
Carreira, P. José, “O Clero da Diocese de Leiria e o seu Passado”, 1984;
A Voz do Domingo, 14-06-1959; O Mensageiro, 18-06-1959.

 


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